A pregação não é o centro do culto



Um dos pontos que acredito ser mais importantes na liturgia cristã é o culto da Santa Ceia, que em vez de estar centrado na pregação, está centrado na Trindade.


O culto não termina nem finaliza quando o pastor acaba seu sermão. em vez disso, o culto flui em uma transição do Púlpito ao Mesa, da Palavra escrita a Palavra encarnada. Isto se faz através da confissão de fé do povo de Deus e suas orações e intercessões diante do Trono da Graça. A partir desse instante, nos adentramos no lugar santíssimo para nos sentar ao redor da Mesa do Senhor e celebrar a vitória do Cordeiro, a Ceia do Senhor. Revivendo, assim, a última ceia que agora é a eterna ceia até que o Cordeiro voltei. Enquanto esperamos tal vinda de Cristo. O estágio final desta jornada do culto cristão nos leva a ser mensageiros nas boas novas do evangelho de Jesus, assim somos enviados como povo de Deus ao mundo para fazer a vontade de Deus, incluindo pregar o evangelho e fazer discípulos.

Um dos aspectos que a Igreja tem perdido com os cultos centrados na pregação, é a visão da Cidade de Deus. A pregação é um dos aspectos centrais do drama litúrgico, porém a pregação nunca deve estar fechada somente no culto ou nas quatro paredes da "igreja local." Ela deve ser vivida e anunciada nas praças, nas conversas do café, nas reuniões da família, em todo lugar e espaço. Não precisa ser feito usando sermões, porém a pregação do evangelho puro e simples deve ser sempre ensinado em todo lugar e tempo. e não somente em longos e cansativos sermões dignos da mais pura academia, ou sermões alegres e simpáticos que atraem mais atenção ao pregador que ao próprio Senhor.

A cultura eclesiástica de que todo o culto se desenvolve ao redor da pregação, tem criado pregadores, mas não tem preparados presbíteros, nem pastores, nem ministros da palavra e sacramento. Nos encontramos diante da simple e pura realidade de que muitos dos Reformadores eram advogados e professores e, sem perceber, levaram essa cultura na igreja onde a pregação no culto tinha primazia sobre a oração, sacramento e cânticos. Por este motivo, temos que reviver o passado para criar o futuro.

A liturgia cristã teve sempre a Palavra e a Eucaristia, como parte do culto ao Senhor. O ofício divino da Santa comunhão nos leva de volta a cultos onde Deus é o centro da adoração através da Palavra e o Sacramento. O povo de Deus é instruído e Deus é celebrado. O culto não tem mais os ímpios, como centro do encontro celestial, mas o povo de Deus se congrega para o encontro com o Seu Rei para adorar na beleza da santidade de Deus. A partir deste drama revivido, o povo saí para anunciar as boas novas, discipular as nações e obedecer todo o que Jesus ensinou. Em todo, Cristo é glorificado e Deus, a Santíssima Trindade, é adorada. Somente um servo de Cristo e seu povo, e não um pregador estrela ou pop, tem a dignidade para liderar tal culto e ofício divino.

Que tal culto de adoração ao Senhor se multiplique ao redor do mundo para a glória de Deus e a edificação do seu povo.

Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo; 

         Como era no princípio, é agora, e será sempre, por todos os séculos. Amém.


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