Jesus, uma esperança missional


O menino Jesus, uma esperança missional para um mundo que espera o mensagem de Cristo.


Nos encontramos às portas do Natal, temos passado várias semanas no tempo de Advento, e, agora, nos encontramos celebrando o Nascimento de Jesus, Emanuel, Deus conosco.

Enquanto escrevo estas palavras não posso esquecer os eventos e acontecimentos mais recentes na minha cidade natal, Benissa. E não posso deixar de lembrar o significado surpreendente da minha própria cidade. Benissa significa Filho de Jesus. Não existe um jeito mais profético de pensar que, nesta cidade de pouco mais de 12.000 pessoas, tem visto nascer nela dois bispos evangélicos.

O primeiro foi no século 19, e foi um dos principais líderes da Segunda Reforma Protestante da Espanha. Juan Bautista Cabrera abriu a primeira igreja evangélica na Espanha, estabeleceu o primeiro jornal evangélico na Espanha, foi peça chave em traduzir e escrever centenas de hinos que ainda são cantados em espanhol, e ajudou a estabelecer a Igreja Cristã Espanhola (depois seria chamada Igreja Evangélica Espanhola) unindo os presbiterianos, luteranos, congregacionalistas e outros líderes evangélicos em uma só igreja. Posteriormente, tendo problemas tal igreja, o futuro bispo evangélico, Juan Bautista, criou a Igreja Espanhola Reformada; hoje, Igreja Espanhola Reformada Episcopal (a igreja da Comunhão Anglicana na Espanha).

O segundo bispo evangélico nascido em Benissa é a pessoa que escreve. Se o bispo Cabrera foi um líder na fundação de uma igreja episcopal com um ethos reformado; em certa maneira, me sinto igualmente um pioneiro nesse sentido no Brasil. Evidentemente, estou longe de aproximar-me ao meu predecessor nesta terra natal.

Paradoxalmente, esta cidade, Benissa, perdeu as várias igrejas evangélicas que estavam presentes nela. Eu tive a alegria de estabelecer a primeira igreja evangélica em Benissa; infelizmente, não perdurou depois da minha ida ao Brasil.

Muitas das minhas orações têm sido dedicadas para que Deus tenha misericórdia e graça nesta cidade. Contudo, a escuridão e a maldade estão presentes de tal forma que surpreende a todos nós. A presença da maldade e o pecado nos são lembrados das formas mais diversas. No entanto, a vinda de Cristo era uma missão de resgatar o mundo da maldade e do pecado, e da escuridão, em que se encontrava o mundo. Jesus tinha a missão de trazer salvação onde não existia mais esperança.

Em Gálatas 4:4-5, lemos "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos." No Seu plano eterno, Deus preparou o mundo para que no momento certo na história da humanidade acontecerá a encarnação do Seu Filho unigênito para viver entre nós e, voluntariamente, entregar sua vida de forma sacrificial pelo mundo, uma vez e por todas.

O Menino Jesus cumpriu a missão de Deus de ser a oferta redentora de uma vez para sempre pelos pecados da humanidade. "Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados." (Hebreus 10:10-14)

O Cristo nasceu em um período de paz, conhecido como a Pax Romana, um período onde reinava a unidade e paz que teve uma duração de 30 a.C. até 180 d.C.. Este período começou com o imperador Octavio que recebeu o título de Augustus pelo Senado Romano, e continuaria com outros imperadores. Este período estabeleceu os fundamentos de um governo forte, a partir do qual prosperou Roma, se construiu uma rede de caminhos, os quais seriam usados pelos primeiros cristãos para levar as boas novas de Cristo e escapar das perseguições contra eles.

Como celebramos o Natal este ano, contra um mundo que parece vulnerável ao terror, à maldade e à violência, sem falar das incertezas no Brasil pela instabilidade política e econômica, o povo de Deus precisa lembrar que nosso Deus continua em controle soberano sobre o tempo e a hora. A providência de Deus dirige e estabelece os prazos em preparar líderes e o Seu povo nas nações deste mundo para cumprir o propósito final da missão do Seu Filho, Jesus Cristo. Isto teve entre outras coisas, a fraqueza e sofrimento do menino Jesus que terminou levando a Cruz, contudo isto não foi o fim, mas o inicio de uma missão ainda maior. Se celebramos o nascimento de Jesus, olhamos a ressurreição de Cristo e a missão confiada a Igreja em Pentecostes.

O Natal nos lembra também que Cristo voltará de novo e para finalizar este tempo. Advento é o tempo predileto para os cristãos lembrarem a primeira vinda de Cristo e a segunda vinda de Jesus. Sua volta será o cumprimento pleno da missão de Deus no mundo. A Igreja será reunida para celebrar o banquete do Cordeiro, e uma nova terra e um novo céu surgirão deste mundo que será redimido.

Enquanto celebramos o Natal em meio de tantas incertezas, dor e conflitos, nunca devemos esquecer que Deus é o Deus Todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, e o Soberano Governante sobre o destino do mundo. O nosso Deus é um Deus com uma missão, clara, e determinado a cumprir tal missão no tempo e hora determinada por Ele.

Ainda que as portas de Hades se levantem contra a Igreja, nada poderá paralisar a determinação do povo de Deus para realizar o impossível e criar vida de onde somente existia morte e opressão. Isto foi tão verdade no século 19 quando Deus levantou o Bispo Cabrera e a Igreja Espanhola Reformada Episcopal, como é hoje, levantando-me para ser bispo da Igreja de Cristo doze anos atrás e levantando na sua soberania e providência a Igreja Anglicana Reformada do Brasil.

Celebremos alegremente o Natal, com gratidão pelo menino Jesus que veio a redimir o mundo. Compartilhemos esta alegria de várias formas, práticas e encontros, como a comunidade dos Redimidos. E, ao mesmo tempo, alcancemos aqueles que sofrem e estão esquecidos pelos governantes. Sejamos o corpo de Cristo levando esperança e luz enquanto continuemos a missão de Deus que segue em controle sobre o tempo e a hora.

Finalmente, como o povo de Deus, celebramos também o Natal em lembrança, antecipação e preparação da vinda do Cristo vitorioso. A Igreja serve como sinal e instrumento da missão divina de salvar o mundo que culminará na segunda vinda de Cristo. Somos chamados a viver como homens em uma missão e como uma nação com uma missão. Esta nação não é outra que a Igreja de Cristo. Estamos chamados a ser um povo que celebra a vida de Cristo e sua missão, enquanto continuamos a mesma, como Corpo de Cristo e proclamadores do Evangelho (João 20:21) e seguimos sendo transformados a imagem de Cristo, seguindo o exemplo de Cristo e os ensinos de Jesus (João 5: 17, 19). Esperamos a consumação do tempo quando Cristo voltará, celebramos seu nascimento e seguimos proclamando as boas novas de Cristo as nações.

Que todos nós celebremos o Natal com alegria plena e plenitude de júbilo, porque temos recebido a salvação e a promessa da eternidade, tendo a certeza de que somos cidadãos de uma nova sociedade que tem surgido em meio da violência, da maldade e incerteza; a Igreja continua firme transformando as vidas, discipulando as nações e proclamando o Evangelho.

Que Deus te dê a ti e aos teus um Natal cheio de esperança, amor, paz e alegria.



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