Faz dois anos nos despertávamos com a notícia da proposta que o bispo de Roma, Bento XVI, fazia aos Anglicanos. Convidava aqueles anglicanos insatisfeitos que quisessem voltar a igreja mãe, leia-se à Igreja Católica Romana, a fazê-lo através do Ordinariado criado para isso.
Naquele momento, se falou de uma migração massiva de
Anglicanos para Roma. Os jornais falavam de 400,000 ou 500,000 anglicanos.
Tentei falar na época que isso não aconteceria de jeito nenhum e, ainda se
chegava a este número, que são meio milhão quando existem 100 milhões de
anglicanos, se contamos tanto os membros da Comunhão Anglicana (80 milhões)
como aqueles que não tem nenhuma vinculação com Canterbury (20 milhões).
Dois anos depois, finalmente estão surgindo os verdadeiros
números diante de nós. As conversões tem sido realmente poucas na Inglaterra e
em todo o mundo. Em um artigo recente, se diz que são 900 anglicanos, menos de
60 do clero dentre os quais três que são bispos da Igreja da Inglaterra até
agora. Realmente, se espera mais, porém não acho que vamos ver nenhuma
conversação massiva como se pretendeu dar a entender desde a imprensa
brasileira e mundial.
Afinal de contas, o movimento anglo-católico é minoritário,
tanto na Comunhão Anglicana, como no Anglicanismo como um todo.
De fato, aconteceu um congresso anglicano continuante no
Canadá, onde participaram as igrejas mais significativas deste movimento
(anglo-católicos, tradicionalistas, etc.). Neste evento, se fez uma crítica clara
à proposta da Igreja de Roma.
Por certo, nem preciso dizer que nenhum grupo dos
auto-chamados anglicanos tradicionais ou anglo-católicos do Brasil esteve
presente neste evento. Afinal, porque deveriam participar, se não são reconhecidas
por nenhuma igreja séria no exterior?
Não em vão, um dos “arcebispos” foi excomungado
recentemente; outra diocese independente estava vinculada a um arcebispo
chileno que foi preso no passado por malandragem; outra das igrejas chamadas
anglicanas tradicionais tem clero reconhecido que nem recebeu as sagradas
ordens; e nem vou falar das que são virtuais.
No meio desta situação, fico feliz que Deus tem tido misericórdia
da nossa pequena igreja e esteja limpando a casa sem a necessidade de que nos
próprios precisemos fazer nada.
Depois de todo o barulho da mídia, o Anglicanismo segue
forte e as “profecias” do fim do Anglicanismo não tem chegado a realizar-se. A
historia mostra agora que são poucos os Anglicanos que estão voltando a Roma, e
os liberais estão morrendo de desnutrição.
Por outro lado, seguimos vendo um Anglicanismo forte no
mundo, com claros princípios reformados, protestantes e evangélicos e que segue
crescendo. E a hora do Brasil está chegando, ainda que todavia não tenha
chegado.
Portanto, pode ser que nossa opinião não surja nos jornais,
mas a Igreja Anglicana Reformada representa o Anglicanismo do século 21. Temos
uma clara Visão 20/20 e dez anos para fazê-la possível.
Depois do inverno, chega o tempo da colheita...
0 Comentários