A Tragédia Anglicana


O filósofo Aristóteles escreve na “Poética” sobre os elementos que uma tragédia contêm para ser considerada uma boa tragédia. Portanto, consideramos uma tragédia como um drama, que tem como características a seriedade e distinção, e onde geralmente encontramos um conflito entre uma personagem e algum poder de instância maior (a lei, os deuses, o destino ou a sociedade).

Quando aplicamos estes elementos na atualidade Anglicana nos últimos dias, temos como resposta uma verdadeira tragédia anglicana (anunciada).

E, sem desejar ser autor, me encontrei no meio de tudo. Isto foi fruto de um mundo virtual onde os eventos acontecem quase sem perceber e uma conversa entre amigos pode ter consequências maiores e, às vezes, inesperadas. Só precisamos ver o papel da internet no Norte da África, já esquecida devido aos eventos no Japão.

Ontem recebi um e-mail com a noticia de que Ricardo Lorite, da Igreja  Anglicana do Brasil, foi demitido da CEEC e deposto como bispo. O motivo foi que, desde 2008, a IAB não seguia os Cânones da CEEC nas questões relacionadas à sexualidade, e estavam abertos à ordenação de homossexuais declarados.

Quando pensamos que este final poderia ter sido evitado com uma simples decisão, se pergunta o que faz as pessoas atuarem deste modo. Isto não aconteceu por falta de conhecimento, mas por falta de sabedoria. Simplesmente, foi uma tragédia anunciada com grandes consequências.

O comunicado oficial da CEEC diz, “Todas as ordenações, depoimentos e ações eclesiásticas que ele fez desde 2008, enquanto esteve no cargo de arcebispo da Igreja Anglicana do Brasil, Arquidiocese dentro da CEEC, não serão reconhecidas pela CEEC e são considerados inválidas, nulas e vazias, já que foram feitas enquanto estava agindo violando os Cânones da CEEC.”  

Isto significa que todos os bispos, presbíteros e diáconos ordenados pelo ex-bispo da CEEC desde 2008 são ordens irregulares a partir de agora. De fato, a própria CEEC considera estas inválidas, nulas e vazias.

Sendo assim, não consigo entender como a própria CEEC não percebeu nos últimos três anos o que estava acontecendo no Brasil.

Muitos se alegram agora, mas onde estavam todo este tempo? Por que estiveram em silêncio? E, ainda mais, por que os líderes brasileiros que estiveram vinculados no passado à CEEC ficaram calados? Por que não mantiveram contato com a CEEC?

Edmund Burke escreveu, “A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada.”

Quero terminar dizendo que não me alegro com o que tem acontecido com Lorite. Porém fico aliviado que as verdades da Bíblia tem sido defendidas.

Muitas coisas precisam mudar no Brasil, se desejamos alcançar os 160 milhões de brasileiros que ainda não tem conhecido o amor e a graça do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

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