Crescendo na Graça - Das Boas Obras



O prévio artigo de fé aprendíamos sobre a centralidade da doutrina da justificação do homem. Hoje, estaremos aprendendo do papel das boas obras na vida cristã. O artigo de fé diz,

ARTIGO XII - DAS BOAS OBRAS
Ainda que as Boas obras, que são os frutos da Fé, e seguem a Justificação, não possam expiar os nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, são, todavia, agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo e brotam necessariamente de uma verdadeira e viva Fé; tanto que por elas se pode conhecer tão evidentemente uma Fé viva como uma árvore se julga pelo fruto.

A clareza evidência a verdade a qual somos expostos através do artigo de fé. Ele esclarece as práticas e ensinos tão preeminente na Idade Média, onde as pessoas acreditavam que seriam capazes de pagar os seus pecados através das boas obras. Estas boas obras poderiam ir desde um peregrinarem ao jejum em certos dias do ano. Porém, os Reformadores Ingleses rejeitaram tal ideia, como sendo verdadeira. Ainda que compreendiam que certas disciplinas espirituais poderiam ajudar as pessoas a crescer na graça e na maturidade espiritual, no entanto elas nunca poderiam ganhar a salvação ou ajudar a escapar da severidade do juízo de Deus.

Existe até os dias de hoje um grande grau de mal entendimento sobre a relação entre fé e obras. Muitas pessoas consideram que se não são necessárias as boas obras para a salvação e ganhar o favor de Deus, então isto nos levará a uma vida de libertinagem. Curiosamente, um dos movimentos cristãos que tem sido acusado até os dias de hoje do contrario, tem sido os Puritanos. Sendo que este ensino formava parte do corpo fundamental dos teólogos associados a este movimento teológico da Igreja da Inglaterra.

A fé nos salva e, também, é a nascente a partir da qual fluem as boas obras. Sem fé, não tem como dar fruto. A fé a semente que cresce no coração do crente que tem como resultado o fruto esperado das boas obras, conforme a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Esta ideia é dolorida, porque até os bons atos que realizamos, são simplesmente fruto da obra do Espírito Santo na vida do cristão. Enquanto o mundo nos ensina que somos capazes de fazer o bem, Deus nos ensina que o puro e inocente bem surge de um coração arrependido no qual tem brotado a arvore da fé em Cristo.

Temos que evitar a ideia de que não precisamos de boas obras. A ideia de que as boas obras não têm valor algum. O apostolo Paulo nos ensina que as boas obras são resultado da fé viva, e sinais da existência de um genuíno amor por Deus. Ele escreve aos romanos dizendo, "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Romanos 6.1-2).

O batismo nos aponta a realidade da nova vida em Cristo. A promessa do batismo se faz realidade quando somos alcançados pela graça de Deus. Transformados em uma nova criação, os valores nos são convertidos para refletir a busca constante da Eternidade. É neste ponto onde as boas obras fazem sentido. A Eternidade é o nosso destino, nosso lar. Jesus foi para preparar o caminho até a nossa chegada quando Ele esteja voltando em glória para julgar os vivos e os mortos. Deus nos ama, seu amor não muda conforme nossas ações, no entanto nossas ações surgem do desejo de agradar ao Pai do Céu.

Isto resulta de difícil compreensão para o homem contemporâneo. Ele está acostumado a que seu valor seja resultado do performance. Muitas vezes os próprios pais acabam dizendo os seus filhos que eles serão amados somente no caso de que eles façam certas coisas. A sociedade nos instrui ou, talvez, nos programa para compreender o valor pessoal a partir das boas obras. Cristo quebra toda essa noção errada, nos liberta. Ele nos mostra que somos amados quando ainda estávamos longe do Senhor. A graça de Deus nos alcançou para e Eternidade na presença do Pai. Nada podemos fazer para agradar a Deus, contudo Ele nos convida a viver uma vida nova. Seguimos assim os passos de Cristo que fez todas as boas obras do Pai. Obedeceu como um ato de amor.

Deus se agrada das nossas ações, atos e boas obras que são frutos da verdadeira e viva fé e Cristo. Estas são realmente uma obra visível do amor que invisível que sentimos pelo Senhor. Esse amor nos alcançou e nos fez uma nova criação. Amamos, porque primeiro temos sido amados incondicionalmente pelo Pai.

Somos chamados a seguir o exemplo de Cristo, como os seus discípulos. O discípulo, se verdadeiro, segue os passos e ensinos do Mestre. Se não refletimos as ações de Jesus, como poderemos dizer que Ele é realmente Senhor das nossas vidas?

Isto não quer dizer que primeiro precisemos atingir o grau de perfeição antes de ser discípulo. Pelo contrario, o Mestre nos recebe tal como somos e onde estamos e, a partir dai, começa o processo de ensino e mudança de vida. Isto é claramente observado nos evangelhos do nosso Senhor Jesus Cristo. Os discípulos foram chamados e convidados a seguir Jesus. Eles não compreendiam o que a jornada tinha preparado para eles. Suas vidas não tinham ainda sendo moldadas, porém o tempo fez deles apóstolos de Cristo pela obra do Espírito Santo, os ensinos de Cristo e para a gloria de Deus.

Fé e boas obras vão juntas, porque a premissa final é a fé causa ambas. Isto talvez resulte difícil de compreender, como fé pode causar fé, porque o autor e consumidor da fé é Cristo. A fé viva é fruto de Cristo, porém a fé morta é resultado das emoções. As emoções nos levarão a sonhar no impossível como uma realidade alcançável hoje. Infelizmente, amanhã, todo será simplesmente uma lembrança mais. A fé viva nos traz diante da novidade de vida que é revelada ao mundo através das boas obras. Tiago nos ensina está realidade, "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tiago 2:17-18).

Nem sei as vezes que já ouvi alguém que nunc amais voltaria a fazer certa coisa. Momentos depois se encontrava novamente envolvido em tais ações. Inclusive, se observamos a própria vida, não será difícil perceber este fato em nós. As boas obras são os frutos maturo da fé viva. São sinais para o mundo da fé que corre pelo nosso ser e da existência de uma verdadeira elação com Deus. Como a vida e as atividades do dia a dia, mostra que a sangue corre pelas nossas veias, do mesmo modo as boas obras são sinais da fé que habita em nós.

O apostolo João escreveu, "se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7). Jesus nos ensinou no sermão do monte que somos "o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5.14-16).

As boas obras são parte do chamado de ser a Santa Igreja de Cristo nesta geração. Não existe nenhum ato mais infeliz quando um cristão justifica suas perversas atitudes diante da sua incapacidade de seguir os ensinos de Cristo. Em vez de reconhecer o mesmo, acaba cometendo outro ato contra Deus. Nem sei o número de vezes que fiquei surpreso da capacidade das pessoas têm para justificar as ações mais inacreditáveis. Talvez, por isso, o próximo artigo de fé nos ensina um aspecto pouco considerado pelo homem. As boas ações nem sempre são agradáveis a Deus. Ainda que chocante, depois da consideração oportuna teremos uma compreensão perfeita desta realidade nunca conversada nos dias de hoje.

Se deseja conhecer quais são as boas obras agradáveis ao Senhor, simplesmente considere se são frutos da fé viva em Cristo ou resultado do seu próprio desejo? Sigamos os passos de Cristo e os ensinos de Jesus.


TEXTOS PARA MEDITAR

Mateus 5.14-16; Romanos 12.1-2; Efésios 2.8-10; Tiago 2.17-26.


PERGUNTAS PARA REFLETIR

- Como definiria boas obras?

- Qual é a relação entre as boas obras e a fé?

- Qual é a função das boas obras na vida cristã?


LIVROS PARA SEGUIR CRESCENDO NA GRAÇA

HORTON, Michael, Simplesmente Crente, Editora FIEL, SP

RYLE, J.C., Santidade, Editora Fiel, SP.

STOTT, John, Discipulo Radical, Editora Ultimato, SP.


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