Crescendo na Graça - Antigo Testamento



Através do tempo, temos visto maior interesse no Antigo Testamento, enquanto em outras ocasiões existiu um estudo menor. Os Reformadores Ingleses, especialmente Cranmer, tinha uma grande preocupação para que o povo de Deus pudesse conhecer toda a Palavra de Deus. Ele se preocupou para que a Bíblia estivesse presente na nação inglesa.

Existe a tentação de ignorar o Antigo Testamento, como irrelevante na vida da Igreja. Inclusive, temos visto uma negação de todo o Antigo Testamento por posições teológicas diversas, como a Teologia da Nova Aliança. Por outro lado, encontramos aqueles que tem abraçado de uma forma ou outras práticas judaizantes, colocando uma ênfase desnecessário no Antigo Testamento. Diante destas duas posições, o artigo de fé apresenta uma posição centrada e atual:

ARTIGO VII - DO ANTIGO TESTAMENTO
O Antigo Testamento não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, tanto no Antigo como no Novo, se oferece a vida eterna ao gênero humano, por Cristo, que é o único Mediador entre Deus e o homem, sendo Ele mesmo Deus e Homem. Portanto, não devem ser ouvidos os que pretendem que os antigos Pais só esperaram promessas transitórias.
Ainda que a Lei de Deus, dada por meio de Moisés, no que respeita a Cerimônia e Ritos, não obrigue os cristãos, nem devam ser recebidos necessariamente os seus preceitos civis em nenhuma comunidade; todavia, não há cristão algum que esteja isento da obediência aos Mandamentos que se chamam Morais.

O Artigo de hoje começa afirmando a unidade do Antigo e Velho Testamento. Não existe contradição entre eles, neles se apresenta toda a história redentora da humanidade e todo o conselho de Deus para o homem. A igreja do Novo Testamento fazia uso constante no Antigo Testamento, como as Escrituras Sagradas.

O próprio Jesus fez usou extensivo do Antigo Testamento, como a verdadeira e inspirada Palavra de Deus. Ele diz, "A Escritura não pode ser anulada" (João 10.35). Ele se refere a Escritura como "mandamentos de Deus" (Mateus 15.3) e como a "Palavra de Deus" (Marcos 7.13). Ele também indicou que era indestrutível, "Antes e que o céu e a terra passem, e modo nenhum passará uma só letra ou um só traço da lei, até que tudo se cumpra" (Mateus 5.18). Jesus se referia constantemente ao Testamento quando ensinava aos seus discípulos ou respondiam aos argumentos apresentados diante dele (Veja Mateus 22.31; Mateus 21.16, cf Salmo 8.2; Mateus 12.3).

Além disso, o Antigo Testamento nos ensina respeito a vinda do nosso Senhor, Jesus Cristo, o Salvador e Mediador da humanidade. O Antigo Testamento ensina sobre Jesus e o evangelho de várias formas:

  1. PROFECIAS - Sem nenhuma dúvida, este é o ponto que maior atenção tem recebido entre os cristãos e apologética contemporânea. Jesus cumpriu as profecias sobre a vinda do Messias, como lemos no Novo Testamento. P.e., a profecia do nascimento virginal (Isaías 7.14) é vista em Mateus 1.18-25, também Lucas 1.26-35.

  1. IMAGENS - Deus revela diversos reflexos de Cristo no Antigo Testamento. Ao contrario das profecias, estas imagens não são revelações diretas sobre um aspecto da vida e ministério de Jesus, como o nascimento de Cristo, porém revelam um aspecto do plano de Deus para o Senhor. Muitas destas representações do Antigo Testamento são afirmadas no Novo Testamento, ainda que nem todas. Uma palavra de advertência se faz necessária, temos que ser cuidadosos quando consideramos uma imagem a qual não tem claro apoio no Novo Testamento. Um exemplo, Abraão foi testado com o sacrifício de Isaac (Gênesis 22) é uma imagem de Deus sacrificando o Seu Filho, Jesus.

  1. VERDADES ETERNAS - Existem passagens que não apontam diretamente a Jesus, em vez disso esclarecem a natureza central do evangelho e nossa necessidade da provisão de Deus através de Jesus. Nos mostra a condição desesperadora da humanidade, estando desamparados diante do pecado. Em outras ocasiões, será um vislumbre da santidade, pureza, graça, amor e amabilidade de Deus. Também, nos mostra a perfeita comunhão e relação entre Deus e seu povo. Todo isto nos ajuda a compreender e viver o evangelho de Jesus. P.e., a lei nos mostra nossa inabilidade de seguir os padrões perfeitos de Deus (Romanos 3.20).

  1. HISTÓRIA REDENTORA - A Bíblia é uma história, não qualquer uma, mas a história redentora da humanidade da criação a eternidade. Deus prometeu a Adão e Eva que alguém veria (O Messias, Jesus) que esmagaria a Satanás. A maioria do Antigo Testamento nos mostra esta narrativa e nos mostra o cumprimento no nascimento em Belém, a cruz do Calvário, e a tomba vazia no jardim. P.e., o estabelecimento do Reino de Israel aponta a vinda do Rei Jesus que vai reinar entre todas as nações.


A leitura regular e meditação do Antigo Testamento nos ajudará a compreender toda a história redentora de Deus para a humanidade, e crescer no conhecimento de Deus e na graça do nosso Senhor, Jesus Cristo.

Um ponto final temos que considerar pela sua importância. Será que a lei de Deus continua vigente nos dias de hoje?

No livro de Hebreus, se houvesse qualquer dúvida, como Cristo cumpriu a lei cerimonial do Antigo Testamento. Portanto, as práticas e costumes do povo de Israel respeito as cerimônias e ritos da lei de Deus, não são prescritas, nem obrigatórias, para a Santa Igreja de Cristo. A diferença do Antigo Testamento, onde Deus ensinou cada detalhe do culto agradável ao Senhor, o Novo Testamento ensina os princípios e orientações a partir do qual a Igreja organiza ao culto ao Senhor, sendo que tais não devem ser contrarias aos claros ensinos das Escrituras, nem devem ser obrigatórios como sendo necessárias a salvação qualquer coisa que não possa ser provada pela própria Bíblia.

Ainda que existem correntes e escolas teológicas que defendem a aplicação plena e completa dos preceitos civis da lei de Deus nas nações, não existe suficiente base bíblica para isso, nem apoio para defender e aceitar que todos e cada um dos princípios civis da lei de Deus deva ser aplicada a todas as nações e todos os contextos. Os princípios civis foram dados claramente para Israel e, ainda que, os governantes atuais decidam seguir seus ensinos dos dias de hoje, muitas dos aspectos seriam inconcebíveis nos dias de hoje. Se faz necessário um importante esclarecimento neste ponto, Israel não considerava a separação da lei de Deus em três aspectos, como foi elaborado na teologia cristã. Isto nos pode ajudar a compreender porque os preceitos civis da lei de Deus não deve ser recebida necessariamente nas nações. Uma vez dito isto, é recomendável compreender que os preceitos morais dos mandamentos de Deus vão ter uma influência nas nações que são discipuladas com os ensinos de Cristo, portanto se espera uma mudança nas leis e regulamentos, seguindo os ensinos e mandamentos de Jesus. A Santa Igreja de Cristo não deve fazer politica partidista neste sentido, porém deve ser uma voz profética diante da injustiça, iniquidade e opressão, sem esquecer do mandato apostólico do Senhor de discipular as nações através da pregação do evangelho e a instruição da Palavra de Deus.

O artigo de fé finaliza lembrando a necessidade de obedecer aos Mandamentos da lei de Deus, considerados como morais. A razão principal se encontra no fato de que cada mandamento é confirmado e afirmado no Novo Testamento, como sendo prescritivo para todos os cristãos, manifestando a catolicidade da ética moral dos Mandamentos da Lei de Deus, ainda nos dias de hoje. Eles continuam sendo o tutor que ensina ao homem a incapacidade de agradar a Deus e a necessidade que a humanidade tem de um Salvador que resgate eles do pecado e da morte para a vida eterna e a liberdade em Cristo.


TEXTOS PARA MEDITAR

Mateus 5.17-37; Atos 7:1-53; Romanos 9-11; Gálatas 3.15-25; Hebreus 11.



PERGUNTAS PARA REFLETIR

- Porque devemos ler e meditar regularmente no Antigo Testamento?

- O que o Antigos Testamento nos ensina sobre Jesus?

- Porque não estamos isentos dos preceitos morais da lei de Deus?



LIVROS PARA SEGUIR CRESCENDO NA GRAÇA

COPE, Landa, Modelo Social do Antigo Testamento, Editora JCUM Brasil, SP.

DILLAR, Raymund, Introdução Ao Antigo Testamento, Editora Vida Nova, SP.

GOLDSWORTHY, Graeme, Trilogia, Editora Fiel, SP.


0 Comentários