Calvino subscreveu Augsburgo?


Nas controvérsias atuais, formados por pessoa que leem poucos e debatem muitos, as vezes sem maior argumentos que a opinião daqueles teólogos admirados por eles. Encontramos uma falta de conhecimento do contexto histórico que me preocupa. Uma vez dito isto, não tentou me proclamar como tendo tal conhecimento histórico. Somente estou em uma jornada de pesquisa e estudo a qual me tem feito reconsiderar muitas premissas afirmadas anteriormente.

Até recentemente, era amplamente conhecido o fato de que Calvino, o grande teólogo francês que desenvolveu seu ministério na Genebra, tinha subscrito, ou concordo com, a Confissão de Augsburgo. Talvez, se possa discordar se tal ato foi um mero formalismo ou um ato formal e formado.

O que não se pode colocar em dúvida, são as próprias palavras de Calvino em uma carta que escreve a Schallingius, no mês de Março de 1557. Se tem oportunidade recomendou ler a carta pelo seu grande interesse histórico. Nesta carta, Calvino diz sobre a confissão De Augsburgo:

“Não rejeito a Confissão de Augsburgo, que há muito tempo eu subscrevi de bom grado e de forma voluntaria, como o próprio autor interpretou tal confissão.” (Original em latim, Nec vero Augustanam confessionem repudio, cui pridem volens ac libens subscripsi, sicuti eam autor ipse interpretatus est).

O próprio Calvino nos lembra nesta carta que ele teria subscrito a Confissão de Augsburgo possivelmente em 1540. Isto significa que ele assinou 17 anos desta carta e, depois de todo este tempo, ainda permanecia na sua afirmação. De fato, concordando amplamente de coração com tal confissão, já que ele assinou de forma voluntária, sem ter pressão alguma pra tomar tal decisão.

Inclusive, afirma qual é a interpretação com a qual ele concorda. Aquela que o próprio autor fez. O autor não é outro que Felipe Melanchthon. Portanto, se refere a versão da Confissão de Augsburg Variata que foi uma versão revisada com pequenas mudanças feitas pelo próprio Melanchthon. Isto estaria mais de acordo com o pensamento da maioria dos Reformadores Protestantes, refletindo a unidade das diversas escolas teológicas desenvolvidas em diversas cidade protestantes (Genebra, Zurique, Heidelberg, Augsburgo, Cantuária, etc.).

Sem nenhuma dúvida, esta carta nos ajuda a perceber a unidade existente entre os Reformadores Protestantes do século 16, a qual não seria mantida nos séculos posteriores, causando divisões e conflitos entre as diferentes tradições protestantes. Estes constantes desacordos tem chegado até os nossos dias.

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