Recebi hoje uma pergunta que devido a sua relevância, desejo compartilhar no meu blog. Entendo que está resposta, não será bem aceita por alguns irmãos das "igrejas anglicanas," mas a minha resposta não surge do julgamento, mas a partir da reflexão da situação atual do Anglicanismo.
Nem me considero melhor que outros líderes, nem dono da verdade. Simplesmente, minha resposta é fruto das conclusões chegada a partir do analises da situação atual.
Recebi a seguente pergunta: "Existem muitas igrejas diferentes que dizem ser anglicanas no Brasil ou são uma só? Vi sites diferentes dizendo ser da Igreja Anglicana do Brasil e fiquei confuso."
Realmente, isto é uma questão interessante. O Anglicanismo estava formado por uma só Igreja (IEAB) até finais do século 20. Então, chegou ao Brasil a Igreja Episcopal Reformada (RECUS). Ela foi uma divisão no século 19 da Igreja Episcopal dos USA. Hoje em dia, a Igreja Episcopal Reformada Brasileira não está ligada mais a RECUS, ainda que mantive o nome. Ela já não funciona mais, porque o bispo deles está muito enfermo e não existe constância de ter outro clero ou congregação em ativo. A Igreja Anglicana Reformada do Brasil se pode considerar até certo ponto, como fruto do trabalho da Igreja Episcopal Reformada brasileira.
A Diocese de Recife saio da IEAB, faz uns 7 anos (mais ou menos), devido aos conflitos entre os liberais e os evangélicos. Também, estive envolvidos outras questões disciplinarias, mas realmente estas foram fruto indiretos nas diferencias entre a IEAB e a Diocese de Recife. Existem dois versões sobre os acontecimentos, mas eu sigo pensando que a razão está do lado da Diocese de Recife. Ainda que, não entendo, porque a Diocese de Recife não saio antes da IEAB.
Estas três igrejas são:
- IEAB: A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil é ultraliberal e anglo-católica. Está ligada fortemente a Igreja Episcopal dos USA. Se encontra na linha de "Affirming Catholicism" UK. Ordenam mulheres ao Episcopado, apoiam a causa LGBT e não vem incompatibilidade entre as sociedades segredas e o Cristianismo.
- Diocese de Recife: uma diocese evangélica e ortodoxa. Eles estão sob a autoridade espiritual do Primaz da Igreja Anglicana do Cone Sul, ainda que não são uma diocese da Igreja Anglicana do Cone Sul. Participam no GAFCON e FCA. Ordenam mulheres ao diaconato e presbiterado. Tem maçons entre o seu clero.
- Igreja Anglicana Reformada: uma missão anglicana, reformada, evangélica e protestante. Ordenamos somente mulheres ao diaconato, temos um clara posição de que os membros das sociedades segredas não podem ser parte da IAR. Afirmamos e ensinamos o formulário Anglicano (os 39 Artigos, o LOC 1662, e o Catecismo). Não está ligada a nenhuma igreja fora do Brasil, mantém relações amigáveis e fraternais com províncias anglicanas ortodoxas fora do Brasil e com GAFCON.
Estas três são as igrejas anglicanas que podemos considerar representantes do Anglicanismo no Brasil.
Uma situação interessante é que existem dois igrejas que são consideradas Anglicanas no Brasil, e se definem como anglicanas, não podem ser consideradas anglicanas per se,
mas as quais tem raízes anglicanas.
Estou falando da Igreja Episcopal Carismática (se separou da Diocese de Recife a inicio de século 21) e a Igreja Cristã Episcopal (se separou da Diocese de Recife em 2003).
Estas duas igrejas são parte do movimento de convergência, e as comunhões internacionais as que estão afiliadas não se definem como anglicana. Portanto, está definição no Brasil, é devido a sua própria história. De fato, a IEC nem chega afirmar, internacionalmente, o Quadrilátero de Chicago-Lamberth, usam a Declaração de São Clemente, onde se afirma sete sacramentos.
O resto de igrejas anglicanas no Brasil nem sei como definir elas. Contudo, tem certas características comuns:
- Tem mais cacique que índios.
- A maioria delas estão ligadas a alguma igreja fora do Brasil, a quais tem pouco, ou nenhuma, relevância real no exterior.
- Alguns dos bispos foram sagrados sem ter os três bispos presentes na sagração, muito irregular.
- As ordenações acontecem com muita rapidez. Dá a sensação de que um dia entra e, no dia seguinte, já aparecem como diáconos e presbíteros.
- Geralmente, não se requer estudos, nem exame canônico, antes de ser ordenado.
- As decisões são tomadas pelo bispo somente, sem ter um Sínodo, Concílio ou Conselho a qual dar contas, nem que se reúna regularmente. Se tem não dá para perceber tal feito.
- Algumas delas chegam a ser virtuais, não existem além do internet ou Facebook. A maioria delas não tem mais de 6 igrejas. MAS podem chegar a ter dois ou três bispos, as vezes. Algumas desaparecem com a mesma rapidez que aparecem.
- A maioria delas são divisões que tem acontecido entre elas. Muitos deles causadas por brigas entre os próprios bispos que se separam e criam sua própria igreja.
- A maioria destas igrejas são de tendência anglo-católica.
Uma vez dito isso, cada uma delas é um mundo em se mesmo, o que mostra as dificuldades de definir o que são ou não são.
Eu tenho já visto nascer e morrer algumas destas “igrejas” nos últimos 5 anos, e acho que muitas delas desapareceram quando o “fundador” se cansei ou seja chamado por Deus.
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