A realidade espiritual e a falsa materialista



Vivemos em uma sociedade fortemente materialista. Isto faz com que desejemos ver e tocar para poder acreditar. Nossas orações estão dirigidas a Deus, principalmente como petições. Infelizmente, poucas são as orações em que levantamos pedidos para sermos mudados ou para glorificar a Deus simplesmente.


Não em vão, aqueles que não acreditam, perguntam, “se Deus existe, onde está? Eu não o vi.” Isto me lembra as pessoas que um dia foram cristãos, mas, agora, não o são, porque Deus não respondeu suas orações, petições.

As músicas cristãs hoje falam sobre sentir, perceber a presença, ver a Deus, e tantas outros aspectos que envolvem nossos sentidos e nossas emoções. Existe um profundo desejo de viver com intensidade. Tal desejo surge do medo a viver vidas insignificantes em meio de bilhões de pessoas que convivem conosco no planeta Terra.

Sem dúvida, vivemos em um mundo que envolve todos os sentidos: Visão, Audição, Paladar, Tato e Olfato. De fato, temos uma clara percepção dos pesos, as distâncias, os sentimentos e as coisas que nos envolvem. Ainda que, não possamos ver o ar, podemos sentir e ouvir a ele. Portanto, vivemos em um mundo fortemente enfocado nos nossos sentidos e sentimentos. As vezes, inclusive, somos prisioneiros das próprias emoções. E nem percebemos deste fato.

Por outro lado, existe um “mundo” ao nosso redor que não podemos sentir, nem ver, nem medir, nem perceber muitas vezes. Ele está presente nas nossas vidas, mas só aqueles que foram regenerados (nascidos de novo) pelo Espírito Santo, poderão perceber este mundo (João 3.1-21). Este “mundo” é o que eu chamo de realidade espiritual.

Talvez você não tenha percebido porque, ainda que vivo, na verdade você está morto espiritualmente. Isto é o que as Escrituras falam das pessoas que não tem sido regeneradas pelo Espírito Santo. Nascemos, mas ainda estamos mortos espiritualmente por causa da natureza pecadora que temos em nós (Efésios 2.1; Colossenses 2:13). Infelizmente, esta realidade não é percebida pela nossa mente, sentidos ou o mundo que nos envolve.

O Materialismo nega esta realidade espiritual. O materialismo é “a filosofia que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância.”[i]

Eles entendem que, se os sentidos não podem perceber, então não contêm matéria e, se não contêm matéria, realmente não existe.

Se os defensores desta teoria são uma minoria na atualidade, e sempre tem sido, suas idéias impregnam a forma de pensar de muitas pessoas, inclusive dos próprios cristãos. Inclusive, atuamos como se só o que podemos perceber, sentir e tocar fosse importante, esquecendo daquilo que é mais importante que tudo: Deus e obedecer a Ele em todas as coisas. Infelizmente, terminamos preocupados com nossas vidas, o dinheiro e os bens materiais, sendo estes os ídolos atuais de muitas pessoas. Assim, esquecemos o ensino central do Reino, “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? Pois os gentios é que procuram todas essas coisas. E, de fato, vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu problema” (Mateus 6.31-34)

A junção espiritual e material, o Reino de Deus


Se os cristãos acreditamos que as questões materiais e espirituais são diferentes umas das outras, isto não significa que estejam separadas ou confrontadas. A encarnação de Jesus mostra como os dois se unem perfeitamente. Deus (espiritual) se faz homem para viver no mundo (material). De certa forma, seria certo dizer que todos nós somos materiais e espirituais, tendo os dois grande impacto nas nossas vidas e é impossível separar um do outro, inclusive quando ainda estávamos mortos espiritualmente.

O “mundo” espiritual e o “mundo” material pertencem a um universo, criado e dirigido pelo Deus Trino. Isto está conectado diretamente ao Reino de Deus. Eles estão governados por leis semelhantes, como lemos no livro, “A Analogia da Religião,” do bispo Joseph Butler. Eles estão intimamente associados um com o outro, e às vezes é difícil traçar uma linha nítida de divisão entre estes mundos.

Descobrindo a realidade espiritual do Reino de Deus


Deus se faz visível através do Seu povo, a Igreja de Cristo. Deste modo, vários aspectos são de tal importância para a vida no Reino de Deus, cada um deles nos ajuda a perceber um novo aspectos e perspectiva do Reino de Deus. Somos chamados a fazer visível este Reino, aqui e agora, enquanto esperamos o seu pleno cumprimento com a volta de Cristo, o Rei de Reis e Senhor de Senhores.
1. As Sagradas Escrituras: A palavra de Deus revelada aos homens e escrita pelos homens através do Espírito Santo para o povo de Deus. As Escrituras estão formadas pelo Antigo e Novo Testamento. Nela, encontramos a história do Reino de Deus. 
2. Os Sacramentos: Os sacramentos do Batismo e da Santa Comunhão (chamada também de Santa Ceia e Eucaristia). São sinais eficazes da graça, um sinal externo e visível de uma graça interna e espiritual. 
3. A Igreja: Ela é a família de Deus a partir da qual somos nutridos, ensinados e disciplinados para ser mais como Jesus Cristo, através dela aprendemos as Escrituras. Ser ativos na vida da Igreja nos fortalece e nos ajuda a viver a fé no mundo. 
4. A Conversão: A obra do Espírito Santo pelo qual somos regenerados (nascidos de novo) e redimidos (salvos da condenação eterna pelos pecados), respondendo com arrependimento (mudança de vida) e fé Cristã (proclamação de Cristo, como Senhor e Salvador). 
5. A Razão: A razão é um dom de Deus pela qual podemos refletir e viver a fé Cristã. Nos ajuda a encontrar respostas as perguntas e crescer espiritualmente. Também, podemos chamar a razão de sabedoria. 
6. A Tradição: A fé Cristã tem 2000 anos. A tradição contêm as experiências de 20 séculos de vida cristã. Ela nos ajuda a entender as Escrituras, como a Bíblia tem sido entendida e ensinada através dos séculos. Deste modo, seguimos a jornada daqueles que tem caminhado antes de nós e celebramos a fé que temos recebido dos que a tem vivido.


[i] Definição da Wikipedia em Português.

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