Se existe uma qualidade essencial na formação de pastores e líderes, é que nossos estudos bíblicos e teológicos precisam estar envolvidos na vida diária das pessoas.
Certamente, quem não gosta de ouvir um grande teólogo
falando das grandes questões filosóficas e teológicas do século 21? Porém, o
pastor é aquele que precisa tomar estas questões, sendo capaz de explica-las e
vivê-las para que tenham sentido no dia a dia.
Isto requer que o pastor viva onde as pessoas vivem, e
entenda as situações do povo de quem está sendo ministro. Dificilmente se pode
ser um pastor eficaz no Brasil, se vivemos em bairros distantes e socialmente
diferentes, porque, sem dúvida, os interesses, preocupações e desafios serão
diferentes. O pastor precisa viver onde
as pessoas vivem.
Uma das frases que faz doer meu coração, é escutar dizer,
“se quer ganhar dinheiro rápido seja pastor.” Certamente, esta é uma realidade
no nosso Brasil, porém não é uma verdade evangélica, nem bíblica, nem cristã. A
Igreja sempre serviu e trabalhou em meio ao povo que servia.
Sempre existirá uma tentação de fazer o caminho mais fácil,
mas isso significa que estamos sendo influenciados pelo mundo. O chamado é
viver no mundo, sem ser influenciado por ele. Vivemos nele, e somos
embaixadores do Reino de Deus.
Portanto, uma das funções de qualquer pastor é viver e
caminhar com pessoas de verdade, que enfrentam problemas de verdade. Deste
modo, encontramos que os “membros” são pessoas como o pastor, enfrentando
situações reais como nós pastores
enfrentamos. Assim, é como descobrimos que ser pastor não é ser uma “classe
especial” dentro da igreja, mas é ser um irmão e amigo primeiro que, pela graça
de Deus, temos sido eleitos a liderar o povo de Deus com sabedoria e guiados
pelo Espírito Santo.
Se desejamos ser pastores de verdade, então estaremos no
meio das ovelhas. As dificuldades delas são as nossas dificuldades, e os
desafios delas serão os nossos desafios. Afinal, estamos vivendo nas mesmas
circunstâncias e enfrentando os mesmos problemas.
Não podemos ser só observadores diante das situações que as
pessoas vivem (depressão, solidão, suicídio, questões sexuais, vícios,
divórcio, bullying, dívidas econômicas, etc.); simplesmente mostrando,
encontrando e aplicando as verdades encontradas desde nosso escritório
pastoral. Isso não vai ajudar.
Precisamos entender e viver com eles as dificuldades da
depressão e desesperança; os conflitos que levam a duas pessoas que se amavam a
enfrentar a possibilidade de divórcio e a dor que isso causa; ou sentir a impotência
diante da violência de uma criança por aqueles que deveriam ser amigos.
O Brasil precisa de pastores que queiram ir além de conhecer
a verdade, para ser esta verdade encarnada, como Jesus Cristo. Assim, podemos
ser portadores de esperança e reconciliadores, e ver o milagre de matrimônios
restaurados, pessoas com nova esperança e crianças que não precisam ter mais
medo.
Se deseja ser um pastor, realmente precisa se perguntar como
se sente sobre a possibilidade de entrar no rio, molhar-se para pescar um
peixe... que pode ser que se escape da sua própria mão.
Precisamos caminhar nas sandálias de Cristo... ele nos
mostrou o caminho com mais excelência.
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